APRESENTAÇÃO

Neste número 25 de Línguas e Instrumentos Lingüísticos, dois artigos se dedicam aos nomes e dois a políticas de ensino. Na seção Crônicas e Controvérsias, ainda a discussão de políticas públicas, em um lugar de intervenção próprio da atualidade: as políticas para o ciberespaço. Na seção Resenha, por sua vez, o retorno à questão dos nomes: a palavra “fórmula” como termo na Análise do é o objeto do livro resenhado.
O primeiro artigo, O sentido de “história” em dois estruturalistas brasileiros, de Eduardo Guimarães, traz a análise semântico-enunciativa do termo “história” em dois lingüistas brasileiros: Joaquim Mattoso Câmara Jr. e Theodoro Henrique Maurer. O autor mostra nestes dois autores freqüentemente aproximados pela perspectiva estruturalista, as semelhanças, mas também as diferenças no modo de significação da história, o que nos permite ampliar o olhar sobre a posição estruturalista no Brasil e suas nuances.
Em Topônimos mineiros: uma análise semântico-enunciativa do processo de ocupação, exploração e formação do Estado nacional, Jocyare Souza apresenta uma análise dos processos de nomeação e renomeação das localidades mineiras fundadas no Ciclo do Ouro. A análise dá visibilidade ao modo como a toponímia, na relação entre a estrutura morfo-sintática e os elementos semântico-enunciativos, inscreve os discursos que fazem parte da história do país.
Subjetividade contemporânea: a política de língua no discurso publicitário para o ensino de português no Brasil, de Rosane da Conceição Pereira, examina o modo como o sujeito-leitor é projetado em propagandas introduzidas em instrumentos didáticos: gramáticas e manuais de português. A análise leva a refletir sobre a escolha dos textos que compõem os materiais de ensino.
Em A instalação histórica dos processos de significação e o processo de atribuições de sentido ao discurso sobre educação circulante no Brasil: uma análise contrastiva, Maria Cristina Komatz Domitrovic se dedica aos discursos sobre a educação produzidos por órgãos governamentais do Brasil, da Finlândia e dos Estados Unidos. Os dizeres atuais do Ministério da Educação e Cultura são aqui examinados, por um viés que permite compreendê-lo em relação a outros discursos contemporâneos sobre a educação.
A seção Crônicas e Controvérsias traz o artigo Uma Política de Língua para o Ciberespaço: Sobre os Limites da “Igualdade”. Claudia Freitas Reis analisa documentos que propõem uma política lingüística para o ciberespaço. O artigo reflete sobre a forma como é tratada a questão da pluralidade lingüística, que diz respeito, por exemplo, à “inclusão digital” das línguas indígenas, e sobre a proposta de igualdade entre as línguas asseguradas por tais políticas.
A Resenha deste número é do livro de Alice Krieg-Planque A noção de "fórmula" em análise do discurso: quadro teórico e metodológico, publicado no Brasil este ano. Eduardo Alves Rodrigues e Gabriel Leopoldino dos Santos nos apresentam as questões tratadas em cada parte do trabalho e refletem, a partir de uma posição determinada dentro da Análise do Discurso, sobre a força heurística do conjunto.  
Línguas e Instrumentos Lingüísticos espera, neste seu vigésimo quinto número, oferecer mais uma contribuição para a reflexão sobre as idéias lingüísticas produzidas no Brasil ou em circulação no país.

 

Os Editores

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